"Boicote na Câmara de Eunápolis expõe influência de Robério e levanta questionamentos sobre autonomia do Legislativo"

A sessão da Câmara Municipal de Eunápolis, marcada para esta quarta-feira (24), foi cancelada por falta de quórum — situação que gerou forte repercussão entre parlamentares e moradores da cidade. Segundo denúncias feitas por vereadores independentes, a ausência deliberada dos parlamentares ligados ao prefeito Robério Oliveira teria sido uma manobra política para evitar o avanço de um processo de afastamento do gestor municipal.

O vereador Rogério Astória, um dos críticos da ação, usou suas redes sociais para denunciar o que chamou de "postura antiética" dos colegas. Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, Astória questionou a decisão do grupo político aliado a Robério e sugeriu que a ausência estaria diretamente ligada ao processo de improbidade que cassou os direitos políticos do prefeito.

Além disso, o vereador Jorge Maécio havia protocolado, um dia antes da sessão, um pedido formal para abertura de processo de afastamento do prefeito, amparado pela Lei Orgânica do Município. A movimentação na Câmara teria motivado Robério Oliveira a se pronunciar publicamente em um programa de rádio, onde negou as acusações e classificou as notícias sobre a perda de seus direitos políticos como "Fake News". Durante a entrevista, o prefeito ainda atacou verbalmente tanto Jorge Maécio quanto o ex-prefeito Neto Guerrieri.

Apesar das negativas de Robério, a ação coordenada para esvaziar a sessão da Câmara levanta dúvidas sobre a independência do Legislativo municipal. Para críticos da atual gestão, o episódio revela uma preocupante submissão da Casa às vontades do Executivo, comprometendo sua função fiscalizadora e representativa.

Diante do cenário, fica o questionamento: os vereadores de Eunápolis estão realmente comprometidos com os interesses da população ou apenas servindo a interesses políticos individuais?